Anton LaVey, fundador da Igreja de Satanás e do satanismo moderno, foi influenciado por uma variedade de pensadores, e sua filosofia é um reflexo dessas diversas influências.
Friedrich Nietzsche é talvez uma das influências mais marcantes na filosofia de LaVey. Nietzsche rejeitava a moralidade cristã e acreditava que os indivíduos devem criar seus próprios sistemas de valor. Esta rejeição da moralidade cristã e o foco na auto-realização individual são elementos fundamentais da filosofia de LaVey.
Ayn Rand também foi uma influência significativa para LaVey. Ela é a criadora do objetivismo, uma filosofia que defende o egoísmo racional, a realidade objetiva, o capitalismo laissez-faire e a busca individual pela felicidade. Os ensinamentos de LaVey refletem esses ideais, enfatizando o individualismo e a gratificação pessoal.
Aleister Crowley, conhecido ocultista britânico, também influenciou LaVey. Crowley promoveu a filosofia de “Faze o que tu queres, será o todo da Lei” – uma ênfase na autodeterminação que é refletida na filosofia de LaVey.
Carl Gustav Jung, famoso psicólogo e psiquiatra suíço, é outra influência notável. Jung acreditava no poder dos arquétipos e na importância do simbolismo em nossa psique. LaVey incorporou essas ideias em sua prática ritualística e uso do simbolismo satânico.
Essas influências foram fundidas e adaptadas por LaVey para formar a base do satanismo moderno. LaVey acreditava que a religião deveria ser uma celebração da vida e da existência física, um claro contraponto à moralidade e espiritualidade cristãs.
LaVey viu o satanismo como uma religião da carne, e não do espírito. Este conceito é influenciado pelas ideias de Nietzsche sobre a superação de si mesmo, o além-homem.
Ao mesmo tempo, o foco de LaVey no autocontrole e na autodeterminação é uma extensão direta das ideias de Crowley e Rand. O princípio de “Faze o que tu queres” de Crowley ecoa no satanismo, enquanto o egoísmo racional de Rand se reflete no foco do satanismo na gratificação pessoal.
A importância que Jung atribuiu aos arquétipos e ao simbolismo também é evidente nos rituais e práticas do satanismo. Para LaVey, o satanismo é tanto uma psicodrama quanto uma filosofia, e os rituais satânicos usam o simbolismo para liberar a força da psique do praticante.
No entanto, é importante notar que enquanto LaVey foi influenciado por esses pensadores, ele não os seguiu de forma estrita. Ele adaptou suas ideias
para se adequar à sua própria filosofia, criando um sistema de crenças único.
A influência de Nietzsche, Rand, Crowley e Jung é indiscutível, mas LaVey adicionou sua própria visão a essas ideias. Ele acreditava que a religião, em vez de restringir os desejos humanos, deveria abraçá-los.
A ideia de LaVey de que cada indivíduo é seu próprio deus ou deusa reflete as ideias de Nietzsche sobre o além-homem e a rejeição da moralidade cristã. Para Nietzsche, cada indivíduo tem o potencial de se tornar um além-homem, uma pessoa que cria seus próprios valores e vive de acordo com eles.
O individualismo e o egoísmo racional de Rand também são evidentes na filosofia de LaVey. Para LaVey, cada pessoa é responsável por seu próprio destino e tem o direito de buscar sua própria felicidade e gratificação.
A influência de Crowley é vista na ênfase de LaVey na autodeterminação e no princípio de “Faze o que tu queres”. No satanismo, a vontade individual é suprema.
Finalmente, a influência de Jung é evidente na prática ritualística de LaVey e no uso do simbolismo satânico. Para LaVey, os rituais satânicos são uma forma de liberar a força da psique e alcançar a autorealização.
Em resumo, Anton LaVey fundiu e adaptou as ideias de Nietzsche, Rand, Crowley e Jung para criar a filosofia única do satanismo moderno.